IV Simpósio intitulado “Os perigos de uma única história: Por uma prática atualizadora de nossos modos de existência”

No dia 6 de Novembro de 2015 o “Laboratório Gestáltico: configurações e práticas contemporâneas” realizou seu IV Simpósio intitulado “Os perigos de uma única história: Por uma prática atualizadora de nossos modos de existência” que teve início com o vídeo de Chimamanda Adichie onde, a partir de sua experiência, ela nos alerta para os perigos de uma única história. Essa foi a inspiração norteadora das atividades que foram se desdobrando ao longo do dia. Na mesa contamos com a participação de Eleonora Torres Prestrelo (UERJ) Laura Cristina de T. Quadros (UERJ), Luciana Cavanellas (FIOCRUZ) e Márcia Moraes (UFF). Pudemos acompanhá-las na indicação de que cada história possui uma sensibilidade e singularidade, que são vivas e que não tem apenas uma versão, compartilhando assim, que o ato de ouvir e contar histórias são práticas inerentes ao ofício do psicólogo e também constituem seu maior desafio.

Na parte da tarde demos continuidade ao nosso evento com dois seminários clínicos, onde foram abordados os seguintes temas:

“O atendimento a uma criança autista: caminhadas de inventar com”, por Luciana Loyola de Madeira Soares. Ela nos apresentou como a sensibilidade e a presença genuína do terapeuta nos atendimentos podem se tornar ferramentas poderosas, ressaltando a importância de estar e fazer com o outro no processo terapêutico que, como a abordagem gestáltica, tem a relação como ênfase.

“O real virtual: em busca de uma conexão melhor”, onde Luciana Bicalho Cavanellas e Ronaldo Miranda ofereceram pistas preciosas para pensarmos acerca da prática de atendimentos virtuais, demanda cada vez mais freqüente nos dias de hoje, sem nos perdermos de nossa premissa gestáltica. As falas e os debates que se seguiram contribuíram para abrir espaço para pensarmos os limites, os atravessamentos e as implicações de nossas práticas na atualidade.

Em nosso IV Simpósio, assim como em todos os eventos de nosso projeto, mais uma vez buscamos valorizar o tempo para a troca entre os participantes, a expressão de sentimentos, dúvidas, contação de experiências outras, desdobramentos de nossos dizeres e fazeres pela conexão de nossa sensibilidade. Valorizamos esse espaço como dispositivo mobilizador de encontros, aproximando semelhanças e diferenças através das trocas, da disponibilidade e da construção de novas histórias que podem transcender a hegemonia que as imobiliza e resgatar a singularidade que as permeia.

Terminamos o dia aquecidos pela voz do escritor Eduardo Galeano, que ainda reverbera em nós por todos esses dias:

“Dizem que o mundo é feito de átomos. Está bem. “O mundo não é feito de átomos, o mundo é feito de histórias”, disse uma amiga. Eu acredito que sim, o mundo deve ser feito de histórias, porque são as histórias que a gente conta e escuta, recria e multiplica. São as histórias que permitem transformar o passado em presente, e também permitem transformar o distante em próximo. O que está distante em algo próximo, possível e visível" (Eduardo Galeano -1940-2015)

 

 

O evento teve o apoio dos projetos vinculados ao Laboratório Gestáltico: O “GAPsi: grupos de apoio psicológico” e o “COMTextos: Arte e livre expressão na abordagem gestáltica”.

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